BEZERRA DE MENEZES:
Nome: Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti.
Natural: Riacho do Sangue – CE
Nascimento: 29 de agosto de 1831
Desencarne: 11 de abril de 1900
Profissão: Médico, Redator e político (vereador, prefeito, deputado e senador)
Família: 1ª esposa - Maria Cândida de Lacerda (desencarnou em 24 de março de 1863) com quem teve dois filhos; 2ª esposa - Cândida Augusta de Lacerda Machado com quem teve sete filhos.
Obras literárias: A casa assombrada; A loucura sob novo prisma; A Doutrina Espírita como filosofia teogônica (Uma carta de Bezerra de Menezes); Casamento e mortalha; Pérola Negra; Evangelho do Futuro. Também traduziu o livro Obras Póstumas de Allan Kardec.
Descendente de família antiga no Ceará ligada à política e ao militarismo, foi educado segundo padrões rígidos e princípios da religião católica. Aos sete anos de idade entrou para a escola pública da Vila Frade, aprendendo os primeiros passos da educação elementar. Em 1842 sua família muda-se para o Rio Grande do Norte, em conseqüência de perseguição política. Matriculou-se na aula pública de latinidade na antiga vila de Maioridade. Em dois anos preparou-se naquela língua de modo a substituir o professor.
Em 1846, a família novamente se muda para o Ceará, fixando residência na capital. Entrou para o Liceu, ali existente, e completou seus estudos preparatórios como o primeiro aluno do Liceu. No ano de 1851, o mesmo da morte de seu pai, mudou-se para o Rio de Janeiro, ingressando no ano seguinte, como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Para poder estudar, dava aulas de Filosofia e Matemáticas. Doutorou-se em 1856 pela Faculdade de Medicina, defendendo a tese: "Diagnóstico do cancro". Candidatou-se ao quadro de membros titulares da Academia Imperial de Medicina com a memória "Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento", sendo empossado em 1º de junho de 1857. Em 1858 foi nomeado "cirurgião-tenente". Também sendo, no período de 1859-61, redator dos "Anais Brasilienses de Medicina" da Academia Imperial de Medicina.
Casou-se com Maria Cândida de Lacerda, em 6 de novembro de 1858, que faleceu a 24 de março de 1863, deixando-lhe 2 filhos.
Em 1861 inicia sua carreira política, foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro, tendo que demitir-se do Corpo de Saúde do Exército. Na Câmara Municipal da Corte desenvolveu grande trabalho em favor do "Município Neutro", na defesa dos humildes e necessitados. Foi reeleito para o período de 1864-1868. Retornou à política no período de 1873 à 1881, ocupando várias vezes as funções de presidente interino da Câmara Municipal da Corte, efetivando-se em julho de 1878, cargo que corresponderia ao de prefeito nos dias atuais, nunca obtendo favores do governo para as suas candidaturas. Foi eleito deputado geral do Rio de Janeiro de 1867, no entanto a Câmara foi dissolvida no ano seguinte e o Dr. Bezerra só exerceria o papel de deputado no período de 1878 à 1885, sem jamais ter contra ele qualquer ato que desabonasse sua vida pública.
Criou a Companhia de Estradas de Ferro Macaé a Campos, e construiu aquela ferrovia vencendo inúmeras dificuldades. Empenhou-se na construção da via férrea de Santo Antônio de Pádua, foi diretor da Companhia Arquitetônica e presidente da Carris Urbanos de São Cristóvão. Ao longo da vida acumulou inúmeros títulos de cidadania.
Durante a campanha abolicionista com espírito prudente e ponderado escreveu "A escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extinguí-la sem danos para a Nação". Expôs os problemas de sua terra, no estudo "Breves considerações sobre as secas do Norte". Escreveu ainda biografias sobre homens célebres. Foi redator de "A Reforma" órgão liberal na Corte, e redator do jornal "Sentinela da Liberdade", concluindo sua carreira política no ano 1885.
Conheceu o Espiritismo no ano 1875, através de um exemplar de O Livro dos Espíritos, oferecido pelo seu tradutor, Dr. Joaquim Carlos Travassos. Lançado em 883 o "Reformador", tornou-se seu colaborador escrevendo comentários judiciosos sobre o Catolicismo. No dia 16 de agosto de 1886, ante um auditório de pessoas da "melhor sociedade", proclamava solenemente a sua adesão ao Espiritismo, tendo inclusive direito à uma nota publicada pelo jornal "O Paiz" em tons elogiosos.
Passou então a escrever livros que se tornariam célebres no meio espírita. Em 1889, como presidente da FEB, iniciou o estudo metódico de "O Livro dos Espíritos". Traduziu o livro "Obras póstumas". Durante um período conturbado do movimento espírita manteve-se afastado do meio tendo hábito somente a freqüência ao Grupo Ismael no qual eram estudadas obras de Kardec e Roustaing., enquanto a FEB declinava por problemas financeiros. Foi convidado a assumir a presidência FEB, cuja conseqüência foi a vinculação da Federação ao Grupo Ismael e a Assistência aos Necessitados. Nesta ocasião foi redator-chefe do Reformador. Defendeu o direitos e a liberdade dos espíritas contra certos artigos do Código Penal. Presidiu outras instituições espíritas e terminou esta existência no dia 11 de abril de 1900, recebendo na primeira página de "O Paiz" um longo necrológico, chamando-lhe de "eminente brasileiro", e honras da Câmara Municipal da Corte pela conduta e pelos serviços dignos.
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