Aniversário do Humberto de Campos:
Humberto de Campos, poeta, cronista, crítico e
ficcionista nasceu no Estado do Maranhão em 1886. Nascido sem berço, em uma
família humilde, iniciou a sua vida como caixeiro de uma venda. Havia, porém,
naquele caixeirinho uma inquietação, um desejo de ir à frente e não acabar as
sua vida atrás de um balcão. Assim, um dia, juntou um dinheirinho e veio para o
Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Em razão de seu gosto pelas letras,
assim que chegou conseguiu um emprego como jornalista e, nesse emprego, chamou
a atenção dos meios intelectuais para as suas qualidades de escritor. Em 1912,
publicou uma obra chamada Poemas e, em 1919, foi eleito para a Academia
Brasileira de Letras, na vaga de Emilio de Meneses. Um pouco mais tarde foi
eleito Deputado Federal por seu Estado
Por José Carlos Leal
Nos últimos anos de sua vida foi atacado de grave
enfermidade, que o levou à cegueira. Mesmo assim, não deixou de escrever, sendo
este um período de sua vida muito produtiva. Além de suas Memórias, podemos
destacar entre suas obras os seguintes textos: Poeira, Poesias Completas,
Lagartas e Libélulas, O Monstro e Outros Contos, Carvalho e Roseiras e Sombras
que Sofrem. Humberto nos deixou no ano de 1934.
Ora se deu que, quatro anos depois de seu
desencarne, um jovem médium da cidade Mineira de Pedro Leopoldo escreveu um
livro que se intitulava: Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, cujo
tema era a história espiritual do Brasil, destacando a importância de nosso
país como a terra onde o Cristo plantou a semente de seu Evangelho. O
interessante era que o homem que escrevera o livro não assinara com seu nome,
Francisco Cândido Xavier, mas com o nome Humberto de Campos. Este médium já
havia causado grande turbulência em nos meios intelectuais da época, com a
publicação, em 1932, de 60 poesias de poetas brasileiros e portugueses, que
estavam mortos há tempos. Os textos foram reunidos em uma obra que se chamou O
Parnaso de Além Túmulo.
No caso de Humberto de Campos, a questão ficou mais
séria, porque a viúva entrou com um processo contra Chico, exigindo os direitos
autorais da obra. A FEB, que era a detentora dos direitos do livro, contratou
um advogado, o Dr. Miguel Timponi, para defender o médium. Este brilhante
advogado escrevera um livro muito interessante, que se intitula: A Psicografia
perante aos Tribunais. A questão foi resolvida do seguinte modo: o juiz
considerou que era incompetente para afirmar que o livro cujos direitos eram
disputados fosse realmente escrito por um morto e, por isso, considerava
Francisco Cândido Xavier o verdadeiro autor, pondo fim às pretensões da viúva.
Para evitar novos problemas com a família de Humberto de Campos, o escritor
desencarnado continuaria escrevendo, mas com um pseudônimo de Irmão X. Com este
nome, Humberto escreveu os seguintes livros, todos publicados pela FEB:
1. Lázaro Redivivo
2. Contos Desta e Doutra Vida
3. Boa Nova
4. Pontos e Contos
5. Relatos da Vida
6. Histórias e Anotações
7. Cartas e Crônicas
8. Estante da Vida
9. Contos e Apólogos
10. Luz Acima
11. Novas Mensagens
Fonte: http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br
Publicado
no Jornal Correio Espírita; edição 67 janeiro 2011.
Por: Laura Lins
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