Significado do Natal:
“Eis
que vos trago boas-novas de grande alegria, que será de todo o povo, porque
nasceu para vós, hoje, um salvador, que é o Cristo Senhor, na cidade de Davi.” Lucas, 2:10-11
Natal é comemorado no dia 25 de dezembro porque a data
foi retirada de uma festa pagã muito popular existente na Roma antiga, e que
fora oficializada pelo imperador Aureliano em 274 d.C. A finalidade da festa
era homenagear o deus sol Natalis Solis Invicti (Nascimento do Sol Invicto)
considerado a primeira divindade do Império Romano e festejar o início do
solstício de inverno.
Com o triunfo do Cristianismo, séculos depois, a data foi
utilizada pela igreja de Roma para comemorar o nascimento do Cristo (que,
efetivamente, não ocorreu em 25 de dezembro), considerado, desde então, como o
verdadeiro “sol” de justiça. Com o passar do tempo, hábitos e costumes de
diferentes culturas foram incorporados ao Natal, impregnando o de simbolismo: a
árvore natalina, por exemplo, é contribuição alemã, instituída no século XVI,
com o intuito de reverenciar a vida, sobretudo no que diz respeito aos
pinheiros, que conservam a folhagem verde no inverno; o presépio foi ideia de
Francisco de Assis, no século XIII. As bolas e estrelas que enfeitam a árvore
de Natal representam as primitivas pedras, maçãs ou outros elementos com que no
passado se adornavam o carvalho, precursor da atual árvore de Natal.
Antes de serem substituídas por lâmpadas elétricas
coloridas, as velas eram enfeites comuns nas árvores, como um sinal de
purificação, e as chamas acesas no dia 25 de dezembro são uma referência ao
Cristo, entendido como a luz do mundo. A estrela que se coloca no topo da
árvore é para recordar a que surgiu em Belém por ocasião do nascimento de
Jesus. Os cartões de Natal apareceram pela primeira vez na Inglaterra, em
meados do século XIX. Os espíritas vêem o Natal sob outra ótica, que vai além
da troca de presentes e a realização do banquete natalino, atividades típicas
do dia. Já compreendem a importância de renunciar às comemorações natalinas que
traduzam excessos de qualquer ordem, preferindo a alegria da ajuda fraterna aos
irmãos menos felizes, como louvor ideal ao Sublime Natalício.
Os verdadeiros amigos do Cristo reverenciam-no em
espírito. A despeito do relevante significado que envolve o
nascimento e a vida do Cristo e sua mensagem evangélica, sabemos que muitos
representantes da cristandade agem como cristãos sem o Cristo, porque vivenciam
um Cristianismo de aparência.
Neste sentido, afirmava o Espírito Olavo Bilac que “ser
cristão é ser luz ao mundo amargo e aflito, pelo dom de servir à Humanidade
inteira”. Chegará a época, contudo, em que Jesus, o guia e modelo da Humanidade
terrestre, será reverenciado em
espírito e verdade; Ele deixará de ser visto como uma personalidade mítica,
distante do homem comum; ou mero símbolo religioso que mais se assemelha a uma
peça de museu, esquecida em um canto qualquer, empoeirada pelo tempo. Não
podemos, contudo, perder a esperança. Tudo tem seu tempo para acontecer.
No momento preciso, quando se operar a devida renovação
espiritual da Humanidade, indivíduos e coletividades compreenderão que [...]
Jesus representa o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na
Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ensinou
é a mais pura expressão de sua lei [...].
Distanciado dos
simbolismos e dos rituais religiosos, o espírita consciente procura festejar o
Natal todos os dias, expressando-se com fraternidade e amor ao próximo. Admite,
igualmente, que [...] a Doutrina Espírita nos reconduza o Evangelho em sua
primitiva simplicidade, porquanto somente assim compreenderemos, ante a imensa
evolução científica do homem terrestre, que o Cristo é o sol moral do mundo, a
brilhar hoje, como brilhava ontem, para brilhar mais intensamente amanhã. Perante
as alegrias das comemorações do Natal, destacamos três lições ensinadas pelos
orientadores espirituais, entre tantas outras. Primeira, o significado da
Manjedoura, como assinala Emmanuel: As comemorações do Natal conduzem-nos o
entendimento à eterna lição de humildade de Jesus, no momento preciso em que a
sua mensagem de amor felicitou o coração das criaturas, fazendo-nos sentir,
ainda, o sabor de atualidade dos seus divinos ensinamentos.
A Manjedoura foi o Caminho. A exemplificação era a
Verdade. O Calvário constituía a Vida. Sem o Caminho,o homem terrestre não
atingirá os tesouros da Verdade e da Vida. Segunda, a inadiável (e
urgente) necessidade de nos aproximarmos mais do Cristo, de forma que o seu
Evangelho se reflita, efetivamente, em nossos pensamentos, palavras e atos.
Para a nossa paz de espírito não é mais conveniente sermos cristãos ou
espíritas “faz de conta”.[...]
Comentando o Natal, assevera Lucas que o Cristo é a Luz
para alumiar as nações. Não chegou impondo normas ou pensamento
religioso. Não interpelou governantes e governados sobre processos políticos.
Não disputou com os filósofos quanto às origens dos homens. Não concorreu com
os cientistas na demonstração de aspectos parciais e transitórios da vida. Fez
luz no Espírito eterno.
Embora tivesse o ministério endereçado aos povos do
mundo, não marcou a sua presença com expressões coletivas de poder, quais
exército e sacerdócio, armamentos e tribunais. Trouxe claridade para todos,
projetando-a de si mesmo. Revelou a grandeza do serviço à coletividade, por
intermédio da consagração pessoal ao Bem Infinito. Nas reminiscências do Natal
do Senhor, meu amigo, medita no próprio roteiro.
Tens suficiente luz para a marcha? Que espécie de
claridade acendes no caminho? Foge ao brilho fatal dos curtos-circuitos da
cólera, não te contentes com a lanterninha da vaidade que imita o pirilampo em
vôo baixo, dentro da noite, apaga a labareda do ciúme e da discórdia que atira
corações aos precipícios do crime e do sofrimento. Se procuras o Mestre divino
e a experiência cristã, lembra-te de que na Terra há clarões que ameaçam,
perturbam, confundem e anunciam arrasamento...
Estarás realmente cooperando com o Cristo, na extinção
das trevas, acendendo em ti mesmo aquela sublime luz para alumiar? Por
último é muito importante aprendermos a ser gratos a Jesus pelas inúmeras
bênçãos que Ele nos concede cotidianamente, em nome do Pai, como a família, os
amigos, a profissão honesta, a vivência espírita etc., sabendo compartilhá-las
com o próximo, como aconselha Meimei: Recolhes as melodias do Natal, guardando
o pensamento engrinaldado pela ternura de harmoniosa canção...
Percebes que o Céu te chama a partilhar os júbilos da
exaltação do Senhor nas sombras do mundo. [...] Louva as doações divinas que te
felicitam a existência, mas não te esqueças de que o Natal é o Céu que se
reparte com a Terra, pelo eterno amor que se derramou das estrelas. Agradece o
dom inefável da paz que volta, de novo, enriquecendo-te a vida, mas divide a
própria felicidade, realizando, em nome do Senhor, a alegria de alguém!
Fonte: http://www.associacaochicoxavier.com.br/
DUTRA, Haroldo D. O novo testamento. (Tradutor). Brasília: EDICEI, 2010. p. 258. VIEIRA, Waldo. Conduta espírita. Pelo Espírito André Luiz. 31. ed. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 47, p. 154. XAVIER, Francisco C. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 76, p. 201. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Q. 625. Comentário de Kardec à q. 625. XAVIER, Francisco C. Religião dos espíritos. Pelo Espírito Emmanuel. 21. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. Jesus e atualidade, p. 296. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 21, p. 57. LUCAS, 2:32. XAVIER, Francisco C. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed.Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 4. Cap. 29, p. 73-74. Revista Reformador, da FEB, de dezembro de 2010
Autora: Maria Antunes Moura
Por: Laura Lins
DUTRA, Haroldo D. O novo testamento. (Tradutor). Brasília: EDICEI, 2010. p. 258. VIEIRA, Waldo. Conduta espírita. Pelo Espírito André Luiz. 31. ed. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 47, p. 154. XAVIER, Francisco C. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 76, p. 201. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Q. 625. Comentário de Kardec à q. 625. XAVIER, Francisco C. Religião dos espíritos. Pelo Espírito Emmanuel. 21. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. Jesus e atualidade, p. 296. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 21, p. 57. LUCAS, 2:32. XAVIER, Francisco C. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed.Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 4. Cap. 29, p. 73-74. Revista Reformador, da FEB, de dezembro de 2010
Autora: Maria Antunes Moura
Por: Laura Lins
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