Nascimento de Eurípedes Barsanulfo - 01 de maio de 1880
Eurípedes Barsanulfo, um dos mais
respeitados nomes do Espiritismo no Brasil, nasceu em 1º de maio de 1880, em
Sacramento (MG). Marcamos neste mês, portanto, 124 anos de seu nascimento.
Ele foi professor de grande conhecimento, político e espírita convicto,
atuando bravamente a favor da divulgação da Doutrina.
Ainda jovem, Eurípedes já se destacava
por ser muito estudioso e compenetrado. Foi, por esse motivo, convidado por
seu professor para dar aulas aos próprios colegas. Tornou-se secretário da
Irmandade de São Vicente de Paula, pela facilidade com que se colocava como
líder e comunicador, tendo participado ativamente da fundação do jornal
Gazeta de Sacramento e do Liceu Sacramentano.
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Foi através de um tio que Eurípedes
tomou conhecimento dos fenômenos espíritas e das obras de Kardec. Estudando e
pesquisando as informações novas, acabou por converter-se totalmente ao
Espiritismo. Como continuava a lecionar, decidiu incluir aulas sobre a Doutrina
na sua disciplina. O resultado veio de imediato: a reação entre pais de alunos
e muitas pessoas da cidade foi de preconceito e intolerância. E, diante de sua
relutância em continuar a propagar o Kardecismo, os alunos foram sendo
retirados um a um.
Sob pressão, Eurípedes mudou-se para uma
cidade vizinha. Justamente nessa época desabrocharam nele várias faculdades
mediúnicas, em especial a de cura, despertando-o para a vida missionária. De
volta ao trabalho em Sacramento, começou a atrair centenas de pessoas da
região. A todos Eurípedes atendia com paciência e bondade, através dos
benfeitores espirituais. Jamais esmorecia e, humildemente, seguia seu caminho
de médium curador, animado do mais vivo idealismo. Em 1905 Eurípedes fundou o
Grupo Espírita Esperança e Caridade, apoiado pelos irmãos e alguns amigos,
passando a desenvolver tanto trabalhos no campo doutrinário, como na
assistência social.
Em 1º de abril de 1907 fundou o lendário
Colégio Allan Kardec, que se tornou verdadeiro marco e ficou conhecido em todo
o Brasil. Funcionou ininterruptamente desde a sua inauguração, com a média de
100 a 200 alunos, até o dia em que foi obrigado a fechar devido à epidemia de
gripe espanhola.
Conta-se que, certa vez, Eurípedes
protagonizou uma cena inesquecível diante de seus alunos: caiu em transe em
meio à aula e, voltando a si, descreveu a reunião havida em Versailles, França,
logo após a Primeira Guerra Mundial, dando os nomes dos participantes e a hora
exata da reunião quando foi assinado o célebre Tratado.
Sua presença fortaleceu de tal forma o
movimento espírita que o clero católico, sentindo-se atingido, passou a
desenvolver uma campanha difamatória contra ele. A situação chegou a um ponto
que, desesperados, mandaram vir de Campinas (SP) o reverendo Feliciano Yague,
famoso por suas pregações, para que houvesse uma discussão em praça pública
entre os dois. Eurípedes aceitou, sem perder a confiança e a fé.
No dia marcado, o padre iniciou suas
observações diante da plateia de curiosos, insultando o Espiritismo como sendo
"a doutrina do demônio", e demonstrando intolerância e sectarismo.
Eurípedes aguardou serenamente sua vez. Iniciou sua parte com uma prece,
pedindo paz e tranquilidade, e, em seguida, defendeu os princípios nos quais
acreditava com racionalidade, lógica e calma. Ao terminar, Eurípedes
aproximou-se do padre e abraçou-o, com sinceridade e sentimento, surpreendendo
a todos. A plateia ficou perplexa e o momento entrou para a história.
Eurípedes seguiu com dedicação até o
último instante de sua vida, auxiliando centenas de famílias pobres.
Desencarnou em 1º de novembro de 1918, com apenas 38 anos, rodeado de parentes,
amigos e discípulos. Deixou vastos exemplos de persistência, fé e serviço ao
próximo, que para sempre irão nos inspirar.
Sacramento em peso acompanhou seu
enterro. Terminamos nossa singela homenagem a Eurípedes Barsanulfo
transcrevendo um trecho da nota publicada pelo jornal sacramentano O Bora,
alguns dias após seu desencarne: "A vida de Eurípedes Barsanulfo é um fato
um tanto raro na história da humanidade. Compenetrado dos elevados sentimentos
de caridade e amor ao próximo, só procurou fazer o bem pelo bem, auxiliando
sempre os mais necessitados... Esse vulto eminente, essa alma toda cheia de
bondade, não teve ódio nem rancor de ninguém... A humildade foi um dos traços
predominantes de seu caráter reto, sempre avesso aos gozos efêmeros da vida
terrena".
Fonte: http://www.folhaespirita.com.br
Por: Laura Lins
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