Em Defesa da Vida (Parte 1)
A
vida tem um sentido mais profundo para o Espiritismo – “o mais terrível
antagonista do materialismo”, como concluiu o codificador em O Livro dos Espíritos. Essa mesma obra,
em sua parte terceira “Das leis morais”, apresenta teorias avançadas para a sua
época, especialmente no que concerne ao direito de viver:
Qual o primeiro de
todos os direitos naturais do homem?
“O de viver. Por
isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de
fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal.”
Nessa
ótica ampliada pelo Espiritismo, torna-se possível a compreensão dos ensinos
morais do Cristo relacionados com o “levantamento de uma ponta do véu” que é a
certeza da imortalidade da alma e do sentido amplo da afirmação do Cristo: “Eu
vim para que tenham vida, e a tenham em abundância”. (João, 10:10.)
A
literatura, o estudo e a prática espírita oferecem condições muito amplas para
se compreender o valor da vida física e suas relações com a imortalidade da
alma.
A
vida corpórea deve ser respeitada desde o momento da concepção até o instante
da morte natural. Daí serem incabíveis ações como o aborto, a violência, o uso
de drogas, a eutanásia e o suicídio. Em realidade, a extinção da vida física
provocada e o comprometimento da saúde representam desrespeitos à Lei divina.
Como
Espíritos imortais – encarnados – temos compromissos com a valorização e a
qualidade de vida, a começar pelo respeito ao próprio corpo:
O corpo é o primeiro
empréstimo recebido pelo Espírito trazido à carne.
Deve-se
valorizar as condições de saúde orgânica, psíquica e espiritual. A prática da
viciação e da dependência de drogas compromete o organismo. Em manifesto contra
a legalização da maconha, a FEB alertou:
Sob a ótica
espiritual, [...] o Espiritismo alerta para a existência da parte etérica dessa
substância, que também é absorvida quando a pessoa encarnada usa a droga, que
atua diretamente no corpo perispiritual, provocando lesões, cuja gravidade
depende da quantidade e da postura ou da intenção para o uso. Esses males [...]
podem se estender, dependendo do comprometimento moral, para outra encarnação,
lesando determinado órgão vinculado ao vício.
Fonte: Livro: “O
Livro dos Espíritos” (Allan Kardec); “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (Allan
Kardec); “Conduta espírita” (Waldo Vieira/Pelo espírito André Luiz)
Autor: Antonio
Cesar Perri de Carvalho
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