O PODER DA PRECE
O poder da prece está no pensamento. Não depende de palavras, nem de lu‑
gar, nem do momento em que seja feita.
Pode-se, portanto, orar em toda parte e
a qualquer hora, a sós ou em comum. A
influência do lugar e do tempo só se faz
sentir nas circunstâncias que favoreçam o
recolhimento. A prece em comum tem ação
mais poderosa, quando todos os que oram se
associam de coração a um mesmo pensamento e têm o mesmo objetivo: é como se
muitos clamassem juntos e em uníssono.
Mas que importa reunir-se grande número
de pessoas se cada uma atua isoladamente
e por conta própria? Cem pessoas reunidas
podem orar como egoístas, enquanto duas
ou três, ligadas por uma mesma aspiração,
orarão como verdadeiros irmãos em Deus,
de sorte que a prece que dirijam a Deus terá mais força do que a das cem outras (Cap.
XXVII, item 15).
Pela prece o homem atrai o concurso
dos Espíritos bons, que vêm sustentá-lo em
suas boas resoluções e inspirar-lhe bons
pensamentos. Ele adquire, desse modo, a
força moral necessária para vencer as dificuldades e voltar ao caminho reto, se deste
se afastou. Por esse meio, pode também
desviar de si os males que atrairia pelas suas
próprias faltas. Um homem, por exemplo,
vê sua saúde arruinada pelos excessos que
cometeu e arrasta, até o fim de seus dias,
uma vida de sofrimento; terá o direito de
queixar-se, se não obtiver a cura que deseja? Não, porque poderia ter encontrado na
prece a força de resistir às tentações (Cap.
XXVII, item 11).
Se dividirmos em duas partes os males
da Vida, uma constituída dos males que o
homem não pode evitar, outra das tribulações de que ele mesmo é a causa principal,
pela sua incúria ou por seus excessos [...], ver-se-á que a segunda excede em grande número a primeira. Torna-se, pois, bastante evidente que o homem é o autor da
maior parte das suas aflições, das quais se
pouparia se agisse sempre com prudência
e sabedoria. […] A prece é recomendada
por todos os Espíritos. Renunciar à prece é
desconhecer a bondade de Deus; é recusar,
para si, a sua assistência e, para os outros,
abrir mão do bem que lhes pode fazer (Cap.
XXVII, item 12).
Fonte: KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo.
Por: Laura Lins
Por: Laura Lins
Comentários
Postar um comentário