Orai por mim!
A seguinte comunicação foi dada espontaneamente, em uma reunião espírita
no Havre, a 12 de fevereiro de 1863:
“Tereis piedade de um pobre miserável
que sofre desde muito tempo de cruéis
torturas? Oh! o vácuo... o espaço... caio,
caio... socorro! ... Meu Deus, eu tive uma
existência tão miserável! ... Era um pobre coitado; sofri tanta fome na velhice!
Foi por isso que me habituei a beber, a
ter vergonha e desgosto de tudo... Quis
morrer e atirei-me... Oh! meu Deus!
que momento! E para que tal desejo,
quando o termo da Vida já estava tão
próximo? Orai, para que eu não veja in‑
cessantemente este vácuo debaixo de
mim... Vou despedaçar-me de encontro a essas pedras!... Eu vo-lo suplico, a vós
que conheceis as misérias dos que não
mais pertencem a esse mundo. Não me
conheceis, mas eu sofro tanto... Para
que mais provas? Sofro! Não será isso
o bastante? Se eu tivesse fome, em vez
desse sofrimento mais terrível e aliás
imperceptível para vós, não vacilaríeis
em aliviar-me com uma migalha de pão.
Pois eu vos peço que oreis por mim....
Não posso permanecer por mais tempo neste estado... Perguntai a qualquer
desses felizes que aqui estão e sabereis
quem fui. Orai por mim”.
Fonte: KARDEC, Allan. O céu e o inferno. 2ª parte, cap. V.
Por: Laura Lins
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