PRECE POR UM SUICIDA
O homem jamais tem o direito de dispor
da sua própria Vida porque somente a Deus
cabe retirá-lo do cativeiro terreno, quando
o julgue oportuno. Todavia, a Justiça Divina
pode abrandar seus rigores, de acordo com
as circunstâncias, reservando, porém, toda
severidade para com aquele que quis subtrair-se às provas da Vida. O suicida é como
o prisioneiro que se evade da prisão antes
de cumprida a pena; quando preso de novo,
é tratado com mais severidade. O mesmo
se dá com o suicida que julga escapar às misérias do presente e mergulha em desgraças ainda maiores.
Sabemos, ó meu Deus, qual a sorte que espera os que violam as tuas leis, abreviando voluntariamente seus dias; mas
sabemos também que a tua misericórdia é
infinita. Digna-te, pois, estendê-la, sobre a
alma de N... Possam as nossas preces e a
tua comiseração abrandar a amargura dos
sofrimentos que ele está experimentando,
por não haver tido a coragem de aguardar o
fim de suas provas.
Espíritos bons, que tendes por missão
assistir os infelizes, tomai-o sob a vossa proteção; inspirai-lhe o pesar da falta que cometeu. Que a vossa assistência lhe dê forças
para suportar com mais resignação as novas
provas por que haja de passar, a fim de reparar a falta. Afastai dele os Espíritos maus, ca‑
pazes de o impelirem novamente para o mal
e prolongar-lhe os sofrimentos, fazendo-o
perder o fruto de suas futuras provas.
A ti, cuja desgraça motiva as nossas preces, que a nossa comiseração possa amenizar as tuas amarguras e fazer que nasça
em ti a esperança de um futuro melhor! Nas
tuas mãos está ele; confia na bondade de
Deus, cujo seio se abre a todos os arrependimentos e só se conserva fechado aos co‑
rações endurecidos.
Fonte: KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Cap.
XXVIII, Item 71.
Por: Laura Lins
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