Lei de Destruição
#leidedestruição – A
destruição é necessária para que novos corpos apareçam, mais inteligentes e
mais argutos. É a renovação e melhoria dos seres vivos.
A destruição é uma lei natural, porque precisamos renovar a espécie. Se
mantivéssemos eternamente o nosso corpo físico, não haveria o melhoramento dos
seres vivos. Para que haja equilíbrio ecológico, uma espécie destrói a outra
para sobreviver. A destruição recíproca dos seres vivos é, dentre as leis da
Natureza, uma das que, à primeira vista, menos parecem conciliar-se com a
bondade de Deus. Pergunta-se por que lhes criou ele a necessidade de mutuamente
se destruírem, para se alimentarem uns à custa dos outros. É que o homem, como
inteligência finita, não consegue abarcar a Inteligência Infinita de Deus.
Contudo, o homem evoluído sabe que a verdadeira vida, tanto do animal quanto
dele próprio, não está no invólucro corporal e sim no Princípio Inteligente,
que preexiste e sobrevive ao corpo. Assim, para se nutrirem, os seres vivos
destroem-se entre si, mas única e exclusivamente para obedecer ao equilíbrio
natural, decorrente das Leis de Conservação e de Destruição conjugadas.
(Kardec, 1975, p. 81 a 84)
No final do ciclo de destruição está o homem, com sua inteligência, a
eliminar os animais menores. A destruição que ultrapassa os limites das
necessidades e da segurança mostra a predominância da bestialidade sobre a
natureza espiritual. Toda a destruição que ultrapassa os limites da necessidade
é uma violação da lei de Deus. Os animais não destroem mais do que necessitam,
mas o homem, que tem o livre-arbítrio, destrói sem necessidade. Como exemplo,
podemos dizer que matar um animal para saciar a sua fome é necessário, mas
matar pelo prazer da caça é abusivo. (Kardec, 1995, perguntas 728 a 736)
Os flagelos destruidores fazem a civilização caminhar em poucos anos o
que levaria séculos para conseguir sem a prática da Lei do Amor. No entanto, os
homens de bem que sucumbem aos flagelos (terremotos, maremotos, inundações
etc.) não sofrem como os maus, pois, dada sua condição evolutiva superior, a
perda de uma veste, como o corpo, não tem a mesma importância que para um materialista
ou para aquele mais apegado à natureza animal. Sabe-se, além do mais, que os
flagelos naturais destruidores têm uma utilidade física, porque frequentemente
mudam o estado de uma região, proporcionando, no futuro, melhores condições de
aproveitamento para o homem. (Kardec, 1995, perguntas 737 a 741)
Estes temas dão-nos a oportunidade de elaborarmos sobre o pensamento
dicotômico. Somos de tal modo limitados ao sim/não, ao certo/errado, à
guerra/paz que não conseguimos vislumbrar o problema como um todo. Um ponto
minúsculo, torna-se imenso, quando olhamos somente para ele; mas se o
colocarmos dentro de um grande mapa tridimensional, verificaremos que é
bastante irrisório quando comparado ao todo. Foi o que fez K. E. Boulding
em Paz Estável. Diz-nos o autor que no desenrolar da história
humana, as probabilidades de se morrer numa guerra têm sido realmente muito
pequenas. Até mesmo no beligerante século XX, em que o número total de mortes
deve ter sido de 1,5 a 2 bilhões. Praticamente todas as pessoas que estavam
vivas em 1900 estão hoje mortas, bem como uma proporção considerável daqueles
que nasceram desde então. Todas as guerras do século XX até hoje não mataram
mais do que 80 milhões de pessoas, ou cerca de 4% do número total de mortos.
Do ponto de vista espiritual, a explicação para as guerras, os
assassínios, a crueldade etc. dizem respeito à predominância da natureza animal
sobre a espiritual e à satisfação das paixões. (Kardec, 1995, perguntas
742 a 765)
Para o provimento de suas necessidades, os homens são obrigados a
transformar os recursos naturais em bens úteis, econômicos. O nó da questão
está em usar os bens naturais de forma conservativa, isto é, sem alterar
substancialmente o equilíbrio cósmico. Para isso, devemos conjugar serenamente
a Lei de Conservação e a Lei de Destruição, a fim de atingirmos o
equilibro entre o Espírito e a matéria.
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