O Desencarne:


A morte do corpo físico é fenômeno natural que atinge todos os seres da Criação, cedo ou tarde. A desencarnação acontece quando os laços peripirituais, até então mantidos enraizados, molécula a molécula no corpo físico, se desfazem, concedendo liberdade ao Espírito que passa a viver em outra dimensão da vida.

Segundo o Espiritismo, a morte é “[…] uma simples mudança de estado, a destruição de uma forma frágil que já não proporciona à vida as condições necessárias ao seu funcionamento e à sua evolução. […]. (. O Problema do Ser, do Destino e da Dor.; Léon Denis) Ensina igualmente: a separação do Espírito do corpo que lhe pertencia não é dolorosa, sobretudo quando das mortes naturais, que decorre dos desgastes biológicos dos órgãos (Livro dos Espíritos; Allan Kardec), como também não é uma separação brusca. A “alma se desprende gradualmente e não escapa como um pássaro cativo a que se restituiu subitamente a liberdade […].” (Q. 155-a; L.E.; Kardec)

A falência dos órgãos e o desprendimento perispírito que se segue definem o estado de transição ou de passagem de um plano para outro. Neste momento, o Espírito encontra-se inconsciente (O Céu e o Inferno; Kardec), situação que pode perdurar por um maior ou menor espaço de tempo, de acordo com as condições pessoais de cada um.

A chegada no plano espiritual, porém, pode ser sofrida ou não. Trata-se de um sofrimento moral. É a alma que sofre, não o corpo, pois este transforma em matéria inerte, morta, em processo de decomposição. O sofrimento poderá ser mais agravado se o Espírito se manter jungido ao corpo em decomposição e à vida que se extinguiu.

Situações semelhantes são encontradas em certos gêneros de suicídios, em homicídios; em desencarnantes presos a profundos remorsos, ou, ainda, em Espíritos vinculados aos prazeres da vida material, apegados excessivamente a bens e/ou pessoas. Nestas circunstâncias, a morte é vista como uma perda irreparável, um sofrimento atroz, uma sensação de destruição total, porque ele, o Espírito, desconhece a sua própria imortalidade que existe e preexiste à morte do veículo somático.
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Fonte: @feb_oficial

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