Interesses e Valores Diferenciados

As diferentes visões de mundo produzem diferentes interesses, sobretudo quando essas visões estão fortemente influenciadas pelas ideologias presentes em dado momento histórico. No mundo consumista e individualista dos dias atuais, por exemplo, certos valores estão sujeitos a críticas e exames ou a simples rejeições. A hipervalorização da imagem e das conquistas materiais, o estímulo permanente ao gozo e ao prazer irresponsável, a competição desonesta são algumas propostas de vivências para os jovens de hoje, veiculadas largamente pela mídia (controlada em sua maior parte por adultos!) e adotadas por muitos grupos juvenis, sem a devida postura crítica. Não sem razão o pensador francês Montesquieu (1689-1755) falava de três educações que recebemos: a dos pais, a dos mestres e a do mundo. Afirmava que essa terceira geralmente nos fazia esquecer as duas primeiras. Já percebia, à época, a força dos costumes, dos hábitos adquiridos na vida social, das ideias equivocadas disseminadas nos diversos agrupamentos junto às mentes adolescentes e juvenis.

Evidentemente que a maior ou menos adesão à educação (ou deseducação) do mundo está ligada à maior ou menor aceitação, internalização e vivência dos valores presentes na educação dos pais e dos mestres. E se essas educações não oportunizarem o diálogo, não se assentarem em valores mais permanentes, capazes de assegurar o respeito à dignidade humana, pouco se poderá fazer no confronto dos interesses antagônicos de pessoas, grupos e gerações. As visões de mundo, de grupos, galeras, turmas e tribos podem se tornar preponderantes, com seus modismos e práticas no mínimo exóticas. Resultado? Mais conflitos!

Fonte: Livro “O Jovem Espírita Quer Saber” – 2º Edição
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