Mas e a criança pode ser médium?
-Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim,
pois que minha
filha está miseravelmente possuída de espírito demoníaco.
Amélia Rodrigues / Divaldo Franco – Primícias do Reino
filha está miseravelmente possuída de espírito demoníaco.
Amélia Rodrigues / Divaldo Franco – Primícias do Reino
Geralmente quando pensamos em mediunidade e em obsessão pensamos sempre no
acometimento do indivíduo adulto. Mas e a criança pode ser médium? Pode também
ser obsidiada? E se pode quem é a criança afinal?
A criança: A criança que nos chega aos braços como
pais ou educadores é um espírito imortal. A inocência e a fragilidade que lhe
caracterizam são peculiares ao seu estado infantil nesta encarnação. São
importantes sim a inocência e a fragilidade, para despertar nos pais o cuidado,
o afeto e a ternura para com a criança, que em verdade é um espírito com
experiências milenares.
Todo
espírito somente reencarna com o objetivo de se melhorar e progredir. Os pais e
os educadores portanto, são instrumentos que Deus se utiliza para o auxiliarem
nessa nova experiência na aquisição de valores novos e superiores da vida.
A mediunidade:
Mas
o que é mediunidade? É o sentido que faculta a pessoa ser intermediária entre o
plano espiritual e o plano físico. Geralmente chamamos de médiuns somente quem
tem a faculdade ostensiva, ou seja quem sente, ouve, vê de forma mais clara a
influência dos espíritos. Mas de modo geral, todos somos médiuns, pois, pelo
menos pela faculdade da intuição todos nos colocamos em contato com o mundo
espiritual.
Foi
Alan Kardec quem melhor estudou sobre a mediunidade. No Livro dos Médiuns ele
trás de forma detalhada o que vem a ser a mediunidade, como ela se manifesta,
as suas características, os cuidados necessários, as responsabilidades e consequências
de seu uso. E nos fala também da mediunidade da criança. Sim, a criança pode
ser médium.
Temos
vários exemplos, como: Francisco Cândido Xavier desde seus 5 anos de idade via
e se comunicava com sua mãe já desencarnada. A mãezinha lhe aparecia
principalmente quando sofria maus tratos por parte da madrasta.
Yvone
do Amaral Pereira, que publicou diversos livros espíritas, portadora de uma
mediunidade muito aflorada, desde os 4 anos conversava com os espíritos.
Divaldo
Pereira Franco, médium e orador espírita, também desde os 4 anos via os
espíritos. Aos 5 tinha um amigo índiozinho chamado Jaguarassu. Brincavam
juntos, conversavam... A medida que Divaldo crescia, Jaguarassu crescia também.
A
mediunidade é uma faculdade espiritual e também orgânica. Espiritual pois é uma
faculdade do espírito, mas orgânica pois que quando exercida por encarnados
necessita de órgãos especiais no corpo físico para captar as informações que
são decodificadas.
André
Luiz no livro Missionários da Luz tem um capítulo entitulado A epífise, onde
ele aborda a importância da glândula pineal como o órgão sede da mediunidade no
corpo biológico. A glândula pineal é uma estrutura do cérebro e tem a sua
função despertada na puberdade.
Sérgio
Felipe de Oliveira, psiquiatra, realizou uma pesquisa utilizando-se de
equipamentos de microscopia eletrônica e de ressonância magnética, onde
concluiu que nos médiuns ostensivos, ou seja, aqueles com mediunidade mais
aflorada, na glândula pineal destes há um número maior de cristais de apatita.
Estes cristais de apatita não são calcificações. São estruturas funcionais que
agiriam como antenas capazes de captar estímulos eletromagnéticos e
decodificá-los em estímulos neuroquímicos, que são os que o cérebro seria capaz
de compreender.
Kardec
no Livro dos Médiuns estudou no cap. XVIII sobre a mediunidade em crianças, se
haveria algum inconveniente em se desenvolver a mediunidade em tenra idade. Os
benfeitores disseram que sim. Que não se deve estimular a mediunidade numa fase
em que os órgãos ainda estão em formação. Seria precipitado e poderia causar
estímulos que a criança poderia não assimilar de forma saudável.
A obsessão: A criança sendo médium, porque todos o
somos, também está sujeita a influência espiritual. Quando a influência é
negativa, perniciosa, persistente é chamada de obsessão. A obsessão pode ser
definida como uma patologia de ordem espiritual.
Kardec
estudou também no Livro dos Médiuns a escala da obsessão conforme o grau de
domínio do espírito obsessor sobre o hospedeiro. Designou com os seguintes
termos: Obsessão simples, fascinação e subjugação.
O
nome subjugação foi uma escolha de Kardec em substituição a terminologia
encontrada no Antigo Testamento e no Novo Testamento com o nome de possessão. O
Codificador adotou este termo pois nenhum espírito entra no corpo do
hospedeiro, o que ocorre é uma ligação de mente a mente face a sintonia
existente entre ambos.
Um
ponto interessante é que no CID 10 – Código Internacional de Doenças 10ª edição
existe o F 44.3 Estado de transe e possessão. Ou seja, este estado de
subjugação é avaliado e reconhecido pela medicina, porém geralmente é visto
como um transtorno de causa orgânica ou psicogênica ou quem sabe espiritual.
O
fato é que aquele que agora é o obsessor foi alguém que geralmente conviveu de
forma muito próxima com a atual vítima e que foi ludibriado e que não tendo
perdoado busca fazer justiça com as próprias mãos.
É
claro que o desforço não é necessário. A divindade dispõe sempre de meios onde
possa equilibrar os desvios da Lei Divina sem que ocorra a necessidade de que
alguém se comprometer com o mal.
Assim,
a criança que agora utiliza-se de um corpo novo, pode ser na verdade um
espírito cujo passado foi muito comprometido no mal. A família que de alguma
forma lhe padece as dificuldades decorrentes da obsessão pode muitas vezes ter
sido partícipe do seu comprometimento ou mesmo estimuladora das imperfeições
que agora abrem campo ao processo obsessivo.
Manoel
Philomeno de Miranda, espírito, através da mediunidade de Divaldo Franco em seu
livro Trilhas da libertação diz que: Não desconhecemos que a obsessão na
infância tem um caráter expiatório, como efeito de ações danosas de curso mais
grave. (...) A visão do Espiritismo em relação à criança obsidiada é holística,
pois que não a dissocia, na sua forma atual, do adulto de ontem quando contraiu
o débito.
O
processo obsessivo logicamente trás algumas alterações comportamentais
perceptíveis na criança. Podemos desta forma encontrar sintomas associados a
obsessão na infância como: Irritabilidade, agitação, depressão, pesadelos,
falta de concentração, dificuldades nas relações sociais, agressividade,
comportamentos excêntricos, acidentes, personalidade instável, dificuldades de
aprendizagem e medo injustificado.
Como
tratamento proposto pela Doutrina Espírita, encontramos o tratamento
fluidoterápico como o passe magnético e a água fluidificada em abundância, o
culto do evangelho no lar, a participação da criança nas aulas de evangelização
infantil, a prece intercessória em favor do pequeno paciente e a reunião de
desobsessão sem a participação da criança na mesma.
Sabemos
que a incidência da obsessão na infância mostra-se como uma prova ou expiação
de difícil curso. Mas demonstra principalmente a necessidade de maiores cuidados
por parte dos pais quanto à moral e índole do pequenino e também da própria
família. A mensagem da Doutrina Espírita é a do Cristo, é a da renovação, da
esperança, tendo-se em mente que realizado o tratamento, a criança poderá levar
uma vida completamente normal e feliz com um futuro promissor rumo a Deus. Aos
pais que passam por situação semelhante em relação aos filhinhos, recordamo-nos
de Jesus quando curou a filhinha subjugada da mulher Cananéia –Oh! Mulher!
Grande é a tua fé. Seja isso feito para contigo, como tu desejas. E desde
aquela hora, sua filha foi curada. (Mateus 15: 28).
Autor: Rodrigo Ferretti
Comentários
Postar um comentário